domingo, 30 de maio de 2010

Quando a família é Abandonada

1 Timóteo 5:8

Ao longo da história a família vem sofrendo grandes embates. Nunca se ouviu falar de tantas tragédias no seio famíliar com em nossos dias. São maus tratos, violência doméstica, pedofilia, estupros, prostituição, adultério, crise financeira, conjugal, emocional, psicilógica etc. Males que vem devastando lares; rompendo relacionamentos e corrompendo a sociedade.

É a família se auto-destruindo; degradando-se gradativamente. Vivenciando dias difíceis; fragilizada por falta de investimentos e manutenção. Totalmente desprezada pelos seus. Produzindo uma geração alienada e destituída de valores.

A família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos.
(Martinho Lutero)

Geração que não respeita limites; que não reconhece autoridade; que despreza conselhos; que não se permite conduzir; que desconhece a arte de amar; que age com agressividade; que ignora instituições e rejeita toda e qualquer princípio regulamentador.

A sociedade que vivemos é reflexo da família. É fruto do abandono dos seus membros. É fruto da negligência daqueles que a constiui. A bíblia está cheia de relatos de famílias que se descuidaram; que não primaram pelas orientações de Deus; que buscaram viver aleatoriamente; que foram completamente desprezadas por seus membros:

o Elí, por exemplo descuidou-se na educação de seus filhos. Perdeu a autoridade.Não os disciplinou, não estabeleceu limites. Deixou-os de escanteio. Não lhes ensinou a thorá; não os levou a ter experiências com Deus – Resultado: filhos rebeldes; não tementes a Deus; insubordinados; desgovernados; motovo de vergonha para seus genitores.

o Davi, que se eximiu da paternidade. Sempre estava ocupado; envolvido com as questões do reino; não dava atenção devida aos seus filhos. Resultado: filhos carentes; que fazem as maiores loucuras para irritar os pais, a fim de serem percebidos, reconhecidos; filhos destituídos de afetividade, que nutrem no coração forte sentimento de vingança, como Absalão.

o Assuero, que tinha sua mulher como um troféu. A rainha Vasti era apenas uma figura representativa em sua vida; era uma mulher objeto; que cumpria seus desejos; que obedecia regras, porém desprovida de amor; de carinho e do trato que é devido a uma esposa. Resultado: Mulher richosa; amarga; insatisfeita; que sem sente usada e não amada; revoltada por não ser tratada como sujeito; como alguém portadora de sentimentos e desejos.

o Jezabel, que fazia de Acabe um fantoche. Mulher de temperamento forte; manipuladora; sabia como seduzir seu marido para lhe arrancar o que lhe era conveniente; que usava de estratégias malígnas para alcançar seus obletivos e controlar o reino. Resultado: Homem passivo, fraco,conduzido, dependente, incapaz de tomar decisões e que não consegue governar nem a sua casa e nem tão pouco o reino.

Esses são exemplos de famílias fora dos parâmetros estabelecidos por Deus. A negligências dos papeis é a razão maior do desnorteamento de milhares de lares. Cada membro tem sua função no lar. Quando as responsabilidades dos membros da família são desrespeitados, a família entra em colapso; em crise. Seus membros adoecem e fazem adoecer outros. Além de assumir papeis que não lhe são inerentes, dando assim, os primeiros passos para o desequilíbrio como fruto do abandono de deveres.

Além desse desequilíbrio orindo do não cumprimento de papeis, também é preceptível um desequilíbrio emocional. Na maioria das vezes os membros da família estão muito vulneráveis no campo das emoções; é uma área esquecida dizem os psiquiatras. Há uma agressividade injustificada; um tom de voz ríspido; um tocar violento; um virar de costas; um olhar de desprezo; mau humor constante; são evidências de que a família não vai bem. Os sintomas já sinalizam agravamento.

Nesse contexto não há diálogo; conversa. Todos assumem uma postura de isolamento. Há um abandono da coletividade; da harmonia. Ninguém se encontra. Todos se evitam.São ilhas cercadas pela indiferança. “são reféns do passado, do medo da insegurança e da hipersensibilidade. Nunca copnseguem construir um oásis nos desertos que atravessam”. ( Augusto Cury).

É preciso administrar com extrema habilidade nossos pensamentos e emoções. Não sofra antecipadamente; não transfira seu sofrimento, antes compartilhe-o. Não seja um multiplicador de irritabilidade e tensão. Mesmo em meio ao sofrimento, tenha ânimo para cuidar dos seus. Crie um clima de cuidado mútuo e solidariedade a fim de que todos os seus se envolvam nessa relação de comunhão. JUNTOS NOSSA FAMÍLIA É MELHOR!

Outro abandono muito perceptível na família é a cumplicidade. É preciso restaurar os vínculos da confiabilidade. Vivemos em um mundo em que não se pode mais confiar nas pessoas. A vida de muitos é um poço de mistérios; vivem em verdadeiras armaduras.; estão fechados em si mesmos. É mais fácil confiar em alguém fora do que dentro da família. Esse é um indicador horrendo. Acredito que os nossos melhores amigos deveriam estar dentro de casa e não do lado de fora.

É essa convivência superficial que tem inpedido que as raízes da intimidade se aprofundem em nossos corações. A Família deveria assegurar ao membro o direito de se sentir seguro; protegido. Às vezes, a irresponsabilidade, promessas não cumpridas, o não levar a sério assuntos relevantes, as críticas destrutivas, rejeição tem levado os membros da família a viverem instáveis, inseguros em relação aos outros.

Quando vivemos num lar de cumplicidade, é perceptível a entrega; a afinidade; a consideração entre os membros da família; o apoiar o outro em suas decisões, sem tentar interferir em suas idéias, ou crenças, aceitar os limites do outro, saber ouvir o que o outro tem a dizer, mesmo que você não concorde, para que o outro possa lhe ouvir também, dividir o espaço sem romper seus limites, trocar experiência e não competir entre si. Essa é a vida em família que Deus deseja que vivamos!

Conclusão: Abandonar a família implica em abandonar a nós mesmos. É preciso nos despertar da nossa negligência e perceber o real valor da família na construção da nossa identidade e no equilíbrio da vida em sociedade. Se quisermos hoje, podemos retomar nossos papeis na família; buscar um equilíbrio emocional nas nossas relações e cultivar a harmonia do lar, para que a nossa família não deixe nenhuma porta aberta para que o inimigo aja em áreas que estão completamente abandonadas em nossa casa.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O ATO PSICANALÍTICO

A mente humana é um grande labirinto ainda não percorrido totalmente pela ciência. È uma área que se descobre e se faz descobrir gradualmente. Desbravar o consciente não é uma missão tão complexa, mas ouvir o inconsciente é uma arte; um desafio a ser encarado.

Arte que se operacionaliza com técnicas e metodologias específicas. Que acontece na espontaneidade (livre associação de idéias) e tem como fundamentação a aliança terapêutica (relação existente entre analista e analisando).

No ato psicanalítico, quando se ouve o analisando, é preciso dispensar atenção uniformemente flutuante para o ego em suas variadas formas de manifestações, visando o estabelecimento de relações existentes entre o material produzido nas análises e os antecedentes inconscientes.

Toda a atenção é relevante! Durante o processo, o analisando poderá ter insights ou cometer atos falhos que possam produzir informações que venham esclarecer seu atual quadro clínico. As pontuações, nesse momento, se tornam relevantes, pois levam o analisando a refletir suas respostas, reorganizar suas idéias e encontrar saídas para o problema que o assola. Vale salientar que qualquer intervenção deve levar em consideração a escolha do “momento ótimo”.

Quanto às transferências, no ato psicanalítico, são atitudes, sentimentos e fantasias que emergem do inconsciente e que servem de instrumentos valiosos em detectar traumas, frustrações, castrações ou qualquer outra situação que marcou um determinado período da vida do analisando. Embora indispensável para a cura, no início produz sofrimento.

É salutar também, que o analista tenha muito cuidado em fazer qualquer tipo de interpretação. È recomendável que ele ouça o analisando, cuidadosamente, a fim de juntar todas as peças do quebra-cabeça. Emitir qualquer tipo de juízo precipitadamente, poderá prejudicar completamente o ato psicanalítico.

Já as contratransferências correspondem a um tipo de impacto sofrido pelo analista frente aos afetos do analisando. Aqui todo o cuidado é pouco. Se o analista se identifica ou se deixa envolver com o problema do analisando é preciso ter muito equilíbrio para não ir além do que se pretende. Nesse caso, o analista precisa manter autocontrole, canalizar bem suas energias, se auto-analisar, sublimar e elaborar e resignificar para não prejudicar ou tornar inviável o trabalhar com o paciente.

Um outro fator que se deve levar em consideração no ato psicanalítico são os mecanismos de defesas. Eles forjam ou moqueiam completamente a realidade vivenciada pelo analisando. Negação, projeção, introjeção, repressão, formação reativa, mecanismos secundários, racionalização são apenas dispositivos utilizados pelo analisando a fim de proteger o ego.

Todas as vezes que o indivíduo se sente ameaçado ele passa a se defender para não encarar situações que não venham lhe causar dor, sofrimento. As resistências nunca desaparecem; devem ser persistentemente analisadas até o fim de toda e qualquer análise.

Em suma, o ato psicanalítico é sistemático e dinâmico em sua operacionalização. O olhar do analista sempre deve estar voltado para o Ego, pois o principal papel da psicanálise é mantê-lo equilibrado; fortalece-lo das determinações do id e das proibições do superego. Essa não é uma tarefa muito fácil. Requer do analista muita habilidade no ouvir para fazer pontuações acertadas; atenção nos insights e atos falhos para descobrir novos fatos ou fatos contraditórios; coerência nas interpretações das transferências, para evitar qualquer tipo de juízo precipitado; cautela nas contratransparências, a fim de sublimar , elaborar e resignificar o momento de sua vida que foi evocado mediante contato com o paciente, para que o ato psicanalítico não seja descaracterizado em sua essência.

O Ato psicanalítico nada mais é do que uma maneira eficaz e inteligente que conduz os indivíduos ao encontro de si mesmos.

REFERÊNCIAS

CERQUEIRA. Yvone Matos. Fundamentos de Teoria da Técnica Psicanalítica. SEPHIA, Feira de Santana, 2008.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Superando as Amarguras

Texto: Ex. 15:23-27

O contexto do texto, nos propicia informações salutares para a compreensão do texto. Segundo informações internas, o povo hebreu havia deixado o Egito, onde passara, proximadamente, 400 anos prestando serviços pesados ao faraó. Os egípcios obrigavam os israelitas ao trabalho, na preparação da argila, na fabricação de tijolos, nos campos, nas construções de obras públicas e toda espécie de trabalhos aos quais eram obrigados a fazer (Êxodo 1,13-14), tornando-lhes amarga a vida.

Israel não suportou o fato de ser comparado às categorias inferiores. Não suportou as humilhações, as pressões dos egípcios. Isso fez com que nascesse neles a saudade da vida em liberdade no deserto.

Como resposta aos seus clamores, Deus envia Moisés para libertá-los. Após sucesivas pragas, o faraó sede e deixa o povo sair do Egito para servir ao Senhor. A alegria era contagiante.Todo o povo festejou, salmodiou, louvou a libertação do jugo egípcio.

 
Não se podia sentir o deserto. A satisfação do povo era tamanha! A final de contas estavam livres da escravidão, dos chicotes, das amordaças, das ameaças, das imposições, mas não dos obstáculos, das aflições que haveriam de enfrentar ao longo da trajetória.

 
O Mar Vermelho foi o primeiro desafio! Quando o povo se deparou com as águas à sua frente, com montes por todos os lados e um grande exército egípcio em seu rastro o povo entrou em colapso. Perdeu as estribeiras! Mergulhou em grande desespero. Perdeu completamente a visão de Deus. Deixou-se levar pelas circunstâncias.


Vendo-se encurralado e pressionado pela perseguição dos egípcios, o povo se angustia e começa murmurar atribuindo a Deus a responsabilidade daquele momento.


O que o povo não sabia era que o Mar Vermelho apenas era uma ferramenta que Deus utilizara para provar a fé, a espiritualidade. É fácil cantar, celebrar quando as circunstâncias são propícias. Difícil é festejar quando tudo à nossa volta nos convida recuar; a abandonar nossas redes e desistir da caminhada.


Sob situações adversas o povo de Deus não funcionava. Não exercitava fé. Não conseguia olhar para frente. Não se atrevia a marchar, pois o medo inundava seus corações.


O Mar se abriu(...). O sol voltou a brilhar(...). As densas nuvens desapareceram(...). Israel canta, Israel marcha, Israel vibra. Israel se levanta do mar de amarguras.


Entertanto, nem tudo são flores! Enfrentar o deserto não era uma missão muito fácil. O povo começou bem a caminhada. Havia uma garra para enfrentar os desafios do deserto. No primeiro dia tiraram de letra. Ainda estavam motivados pelos últimos acontecimentos. No segundo dia as necessidades começam a imergir. O cansaço estréia, os calos nos pés passam a incomodar, as altas temperaturas a assolar, mas ainda o povo não desiste. Continua enfrentando com fé os obstáculos. No terceiro dia o calor torna-se insurportável, o corpo desfalecido, os pés inchados, a sede incontrolável, crianças chorando, animais morrendo. Mais uma vez o povo se deixa dominar por uma profunda amargura. Deus vai nos matar de sede! Ninguém aguenta esse deserto.Estamos cansados, exauridos, exaustos. Não conseguiremos dar mais um passo. Tá difícil suportar! Estamos no limite.


Três dias foram suficientes para o povo esquecer o que Deus havia feito. Espata-me como esquecemos rapidamente o que Deus já fez por nós. Deste modo, basta um novo deserto, uma nova dificuldade, para esquecermos o livramento que Deus nos proporcionou no deserto de ontem. O povo de Deus sofre da síndrome de Goodfield, ou seja, não conseguimos armazenar experiências recentes. Exemplo: Filme “Como se fosse a primeira vez”. No Salmo 103:2 encontramos a seguinte oração: “Bendize ó minha alma ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios”.


Tem momentos na vida que nos sentimos num profundo deserto. Sozinhos, vivendo o calor das circusntâncias, sofrendo a escassez, a falta de algo ou de alguém. No primeiro dia de desafio enfrentamos com garra – tudo parece superar/ ainda estamos motivados; No segundo dia damos os primeiros sinais de desfalecimento – surgem as dúvidas; as inquietações, a impaciência – tudo parece incomodar. No terceiro dia já estamos transtornados, incrédulos e maldizentes – tudo parece desabar.


Foi nesse contexto de amargura que o povo contemplou as águas de Mara. Nossos problemas estão resolvidos! Nossa sede achegou ao fim! Certamente asssim pensaram, mas infelizmente os problemas só estavam começando, pois AS AGUAS DE MARA ERAM AMARGAS.
Como é triste nutrirmos a certeza de que os nossos problemas estão terminando, quando na verdade estão apenas começando”.

As águas eram amargas... Imprópria para o consumo; estéries. Aqui nasce a decepção, a frustração, a desilução para muitos. Não é fácil esperar tanto e não receber o que se aguarda. Não é fácil alimentar expectativas e não ser correspondido. Não é fácil confiar e ser traído. Não é fácil amar e não ser amado.

Nos desertos da vida encontraremos muitas MARAS – amarguras, tristezas, mágoas e ressentimentos. O importante não é encontrar é saber superar:


1 – NÃO MURMURE
Encare o momento com espiritualidade! Não se entristeça ao ponto de perder Deus de vista. O deserto tem o tamanho da nossa boca. Aguarde a sua salvação e o  seu livramento em silêncio. Precisamos dominar a língua e aprender que a murmuração nos paralisa no deserto, mas o louvor e a gratidão pelos milagres na nossa vida nos leva a grandes conquistas.


2 – NÃO SE ENTREGUE
Não é o fim! Quem sabe é o início. Peça ao Senhor que renove as tuas forças. Não se deixe levar pelo momento. Confie na providência divina. Ele está te provando. “É impossível não passar pelo deserto da provação, mas é possível não deixar o deserto entrar no coração”.


3 – DESABAFE
1SM 1:10 - Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.
Chore! alivie seu coração. O choro lava a alma, quebranta o espírito. A amargura é uma erva daninha que procura nos sufocar, uma raiz que sempre procura se alastrar em nossas vidas. Mas em nós não deve acumular-se muita "água de amargura", pois quando ela fica represada em nosso íntimo, Satanás prontamente estará a postos transformando essa amargura em rebelião e ira


Hb 12:15 - Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.

Efésiios 4.31 e 32: “ Longe de vós toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós, Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.

4 - CONFIE NA PROVISÃO DE DEUS
“Então, Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces" (Êx 15.25).

"Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos" (Dt 8.2). "Para saber o que há no seu coração!", esse é o alvo mais profundo quando Ele conduz você por provações!

“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Co 10.13).

Deus pode transformar realidades por mais que elas se apresentem insolúveis e intransponíveis. Assim como um lenho foi lançado nas águas de mara e elas se tornaram doces, assim é Jesus na vida – tudo se torna doce, produtivo e abençoado e criatalino.


Com Cristo na vida o fel se transforma em mel; a água se transforma em vinho, a morte dá lugar à vida, a tempestade se reverte em bonança, o desespero abre alas para a fé, a tristeza se converte em alegria e até o mal se transforma em bem.

CONCLUSÃO: Que nessa noite você possa superar a amarguras da vida com paciência, persistência, determinação e confiança.