quarta-feira, 4 de março de 2009

Guerra Fria na Igreja


Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, Estados Unidos e União Soviética dividiram o mundo em dois grandes blocos: Capitalista e Socialista. O bloco capitalista era liderado pelos americanos e o socialista pelos soviéticos. Essa bipolarização desencadeou entre as duas superpotências um clima de hostilidade, tensão que ficou conhecido como Guerra Fria.

Fria, porque não teve confrontos armados e nem tão pouco derramamento de sangue. Ela ocorreu apenas no campo ideológico. Ambas as potências desejavam assumir a hegemonia do mundo e para isso lançaram-se numa competição desenfreada muito perceptível na corrida armamentista (na produção de material bélico), na corrida espacial, a fim de mostrar ao mundo o sistema mais avançado e as conquistas espaciais e por fim no fortalecimento de planos econômicos e militares que pudessem fortalecer os blocos como: Marschall, OTAN e COMECON e o pacto de Varsóvia.

Toda essa realidade histórica nos faz enxergar e entender que existe uma guerra fria no meio do povo de Deus. Uma guerra não declarada; sem exposições; sem utilização de armas; mas caracterizada por tensões, hostilidades e por um profundo espírito de competitividade.

As pessoas estão se armando a cada dia. As evidências são perceptíveis nas respostas duras, ásperas; nas indiretas; no pré-conceito; nas críticas destrutivas; nos olhares atravessados; no minar a vida alheia; nas relações interrompidas; no afastamento proposital. Tudo muito sorrateiro. Tudo muito silencioso. Como se nada estivesse acontecendo.

Entretanto as pessoas estão se movimentando. Estão se fortalecendo. Estão agregando; estão se alimentando de sentimentos que fazem do coração um verdadeiro campo de batalha que não tem vencedores, pois não existem rivais declarados. Essa preocupação em fazer melhor; em não ficar por baixo; em não dá o braço a torcer; em mostrar algo para alguém; em medir forças ou fazer do Reino um verdadeiro cabo de guerra, só gera enfraquecimento e debilitação espiritual.


E o que entristece o coração de Deus é que os blocos vão se formando. As pessoas que estão ao nosso redor vão tomando as nossas dores; absorvendo nossos sentimentos a ponto de criar no seio da Igreja um clima de guerra; a eminência de um conflito.

É assim muitos vivem. Prontos para guerrear, não as trevas; não o inimigo das nossas almas, mas o semelhante; o irmão. Uma guerra interna que fragiliza nossa comunhão e vulnerabiliza as nossas resistências, pois um reino dividido não subsiste (Mt. 12:25-20)

Após a Segunda Guerra a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação. Uma americana e outra soviética. O povo foi obrigado a viver com o chamado muro de Berlim, conhecido como cortina de ferro. Símbolo da resistência capitalista para os soviéticos e falta de respeito para os capitalista.

Entretanto, percebendo que era um único povo, que falavam a mesma língua e que possuíam os mesmo hábitos e a mesma história – o muro caiu em 1989. A Alemanha foi reunificada.

E assim como na Alemanha, existem muitos muros, muitas cortinas de ferro que interrompem nossos relacionamentos; que nos impedem de sermos de fato um uma só nação, uma só família. Quando entendermos que somos filhos de um mesmo pai, que comemos de um mesmo pão; que bebemos de um mesmo vinho, que fomos salvos por um mesmo salvador e que somos servos de um mesmo Senhor, certamente os muros da indiferença; da resistência; da antipatia; do partidarismo farão de nós o povo de Deus, Aí o Senhor ordenará a sua bênção sobre nós.

Essa foi uma guerra vergonhosa. Como também é vergonhoso o comportamento de muitas diante de Deus. A bíblia nos ensina que a nossa luta não é contra a carne ou sangue, mas contra satanás.

“De onde procedem à guerra e contendas entre vocês? De onde senão dos prazeres que militam contra a vossa carne”. (Tg 4:1).

“Porquanto, havendo entre vós ciúme e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo os homens?” (I Co 3:3).

“Porque Deus não nos deu um espírito de confusão, mas de amor e de moderação”. (I Co 14:33)

“Não pleiteies contra alguém sem razão”. (Pv 3:30).

“Para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” (I Co 12:25).

Se o seu coração está fechado, dentro de uma armadura, desarme-o nessa manhã. Se você construiu muros, muralhas para evitar um relacionamento saudável com seu irmão, comece a quebrar as paredes do seu coração em nome de Jesus e passe a ser um construtor de pontes.

Se você refletir, como fizeram os alemães, e entender que essa hostilidade; essa tensão não tem sentido por que somos um povo, agarre-se a verdade. Comece a vencer as resistências no teu coração. Entenda nessa manhã que o que nos une é muito maior do que o que nos separa – CRISTO.

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